8 fatos fascinantes sobre a Alquimia

8 fatos fascinantes sobre a Alquimia

A alquimia é uma arte antiga, originária do Egito, que combina experimentos práticos e pensamento filosófico sobre a natureza da matéria. Embora muitas vezes seja descartada como charlatanismo devido a alguns de seus objetivos extravagantes—como buscar a imortalidade ou transformar chumbo em ouro—os experimentos realizados pelos alquimistas foram creditados como fundamentais para o desenvolvimento da ciência moderna. Aqui estão oito fatos fascinantes sobre a Alquimia.

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A palavra alquimia deriva do antigo nome do Egito

A palavra inglesa “alchemy” vem do árabe al-kimiya, que provavelmente deriva do nome antigo para o Egito, Khemia, que significa “terra da terra preta”. Refere-se ao delta do Nilo, onde, após as chuvas sazonais, a terra aparentemente estéril se cobria de cultivos verdes crescidos do solo fértil e negro. Essa origem linguística aponta para a base da alquimia—que toda matéria pode ser transformada em algo melhor.

A alquimia misturava experimentos proto-científicos e filosofia mística

Embora a alquimia seja popularmente reduzida à busca para transformar metais básicos em ouro, ela era baseada em uma combinação muito mais complexa de ocultismo, filosofia natural, química e metalurgia. Os alquimistas tentaram encontrar respostas para questões-chave, como “como as coisas são feitas?”, “do que são feitas?” e “uma coisa pode ser transformada em outra?”

A alquimia surgiu no Egito greco-romano no século I d.C. e se espalhou pelo mundo bizantino e árabe, absorvendo ideias da cultura indiana e chinesa ao longo do caminho, antes de ser reinventada na Europa durante o Renascimento. Embora estivesse preocupada em elaborar experimentos sobre as propriedades da matéria, a alquimia também tinha uma corrente mística e filosófica. Os alquimistas acreditavam que uma consciência espiritual mais profunda era essencial para seus experimentos, propondo que a verdadeira iluminação só poderia ser alcançada através da interconexão entre espírito e matéria.

Os praticantes buscavam a Pedra Filosofal

A Pedra Filosofal—agora mais associada a Harry Potter—era uma busca-chave na alquimia. Acreditava-se que fosse uma substância capaz de acelerar a transformação dos materiais, permitindo que metais comuns se transformassem em prata ou ouro e, por fim, fornecendo a chave para a vida eterna.

Os alquimistas suspeitavam que a Pedra Filosofal fosse uma substância comum cujas propriedades ainda não haviam sido descobertas. Como resultado, os alquimistas medievais passaram muitas horas experimentando várias substâncias para ver como elas interagiam umas com as outras, na esperança de que, eventualmente, pudessem descobrir este “graal”. Não foi necessário dizer, mas eles não tiveram sucesso, mas seus inúmeros experimentos com metais, matéria e substâncias contribuíram para o nosso conhecimento sobre materiais e pavimentaram o caminho para o estudo moderno da química.

Muitos textos alquímicos antigos foram perdidos ou destruídos

Os livros alquímicos mais antigos foram criados no Egito e, devido a desastres como o incêndio da Biblioteca de Alexandria, muitos foram perdidos ou severamente danificados. Grande parte do conhecimento mais antigo sobreviveu apenas em manuscritos fragmentados. Esses vestígios de antigos textos alquímicos foram frequentemente combinados ou copiados incorretamente, de modo que a informação se tornou confusa e cada vez mais arcana, contribuindo para seu mistério. Os estudiosos achavam que o simbolismo estranho era impenetrável, e frequentemente passavam a vida tentando decifrar o conhecimento antigo contido nele.

O “Livro dos Sete Climas” (Kitāb al-aqālīm al-ṣab’ah) é um exemplo. Foi escrito originalmente no século XIII por Abū al-Qāsim al-‘Irāqī, mas hoje sobrevive apenas em reproduções ilustradas do século XVIII. O texto claramente foi copiado várias vezes e seus significados têm sido muito debatidos. Como muitos textos alquímicos, as receitas não são escritas de forma clara, mas são representadas por simbolismo para indicar os processos envolvidos. Animais são usados para denotar substâncias: uma águia representa o sal amoniacal (um mineral também chamado “cloreto de amônio”), e um corvo representa chumbo ou ferro. Isso torna grande parte do texto aberta a interpretações e seus significados, elusivos.

A primeira alquimista conhecida foi uma mulher

Maria, a Judia (também conhecida como Maria, a Profetisa ou Maria Profetissa) é conhecida apenas através dos escritos de Zósimo de Panópolis, no livro mais antigo que sobrevive sobre alquimia, publicado por volta do século IV d.C. Ele a refere como professora ou “sábia” e indica que ela viveu entre os séculos I e III d.C. Alguns vestígios de seus escritos sobrevivem em outros textos, incluindo uma receita para fazer ouro a partir de plantas, mas a maior parte do que sabemos sobre Maria vem de outros alquimistas. Ela desenvolveu peças de equipamento científico que usava em seus experimentos, incluindo o banho-maria (nomeado em sua homenagem), no qual um recipiente é colocado dentro de outro e rodeado por água quente para garantir que o conteúdo do recipiente interno não seja aquecido além do ponto de ebulição da água.

O segredo era essencial

A alquimia ganhou popularidade durante o Renascimento na Europa, mas, à medida que a revolução científica ganhou força no século XVI, os estudiosos esclarecidos começaram a ver os métodos e buscas alquímicas como charlatanismo. Foi nesse ponto que a alquimia e a química se separaram: os químicos focaram em métodos baseados em evidências para entender as leis naturais, enquanto os alquimistas ficaram mais preocupados com o misticismo e a busca metafísica pela imortalidade.

Ao contrário do pensamento científico emergente, que dependia da troca livre de ideias, a alquimia dependia do segredo. Conceitos, métodos e receitas eram registrados por meio de simbolismo e alegoria, tornando seu significado obscuro e impreciso. Alguns alquimistas justificavam o segredo, argumentando que, sem ele, muitas pessoas estariam fazendo ouro, o mercado seria inundado e a economia desmoronaria.

Sir Isaac Newton conduziu experimentos alquímicos

A vasta contribuição de Isaac Newton para a física moderna é bem conhecida, mas ele também se envolveu em investigações sobre alquimia e até tentou transformar metais comuns em ouro. No entanto, Newton precisou manter esses experimentos em segredo: no início do século XVIII, a alquimia era vista como herética. O interesse de Newton pela alquimia se tornou mais amplamente conhecido em 1936, quando um grande lote de seus papéis não publicados foi colocado em leilão na Sotheby’s em Londres. O lote foi comprado pelo famoso economista John Maynard Keynes, que manteve a coleção intacta, permitindo que estudiosos futuros estudassem os escritos alquímicos de Newton.

Uma das descobertas mais surpreendentes foi que Newton escreveu uma receita para a Pedra Filosofal. Os estudiosos modernos continuam a revisar o trabalho de Newton sobre alquimia e reconsiderar seu lugar na história da ciência.

Os alquimistas fizeram descobertas científicas legítimas

Durante o século XVIII, os cientistas descobriram os princípios dos elementos não-transmutáveis que formam a base da tabela periódica. Esse conhecimento refutou a ideia de que elementos puros poderiam ser criados misturando outros, aparentemente colocando o último prego no caixão da alquimia.

Mas alguns historiadores argumentam que a ciência moderna deve uma grande dívida aos alquimistas por sua exploração da natureza da matéria. O trabalho dos alquimistas, que testou materiais e explorou suas propriedades, lançou as bases para a ciência empírica. As contribuições dos alquimistas incluem a descoberta de novas ligas e elementos, como fósforo e zinco; o desenvolvimento de métodos para fabricar ácidos; a invenção de equipamentos científicos, como o banho-maria e o tribikos (um aparato de vidro para destilação); e o estabelecimento das bases do experimento científico.

Embora o objetivo final de transformar chumbo em ouro ou encontrar a chave para a imortalidade nunca tenha sido alcançado (pelo menos, até onde sabemos), os experimentos dos alquimistas foram um passo importante em nossa história intelectual.”

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